Dr. Roberto Barreto alerta sobre importância do diagnóstico precoce para câncer no aparelho digestivo

Há três tipos de câncer que acometem o aparelho digestivo e necessitam do diagnóstico precoce. São eles, o colorretal, o de estômago e o de esôfago. O gastroenterologista e endoscopista Roberto Barreto, diretor do Instituto de Gastro e Proctologia Avançada (IGPA) e do Centro de Endoscopia de Cuiabá (CEC), diz ser essencial que a população conheça os sintomas e procure ajuda antes que a doença fique avançada.

“É fundamental que as pessoas conheçam os sintomas desses três tipos de câncer e procurem seu médico caso sinta algo diferente, como alteração do hábito intestinal”, alerta Roberto Barreto, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia em Mato Grosso (Sobed/MT).

O câncer colorretal agride o cólon, o reto e segmentos do intestino grosso. Dentre os sintomas deste tumor está o sangramento anal, eliminação de sangue ou muco nas fezes e alteração do hábito intestinal.

A doença é diagnosticada através de uma colonoscopia. Este é um exame que permite a visualização direta do interior do reto, cólon e parte do píleo terminal, através de um tubo flexível introduzido pelo ânus, contendo em sua extremidade uma minicâmera de TV que transmite imagens coloridas, podendo ser fotografadas ou gravadas em vídeo.

“A colonoscopia é fundamental para o diagnóstico dos pacientes. O procedimento é o padrão ouro dos métodos que se dispõem atualmente, esse exame é a melhor ferramenta no diagnóstico, prevenção e tratamento do câncer colorretal”, explica o médico.

Já o câncer de estômago, que também é conhecido como câncer gástrico, apresenta três tipos, a adenocarcinoma, linfoma e leiomiosarcoma.

Barreto explica que os sintomas não são específicos, mas alguns são comuns como indícios da doença. Dor abdominal, fezes escuras, sensação de estômago cheio, dificuldade para engolir alimentos, declínio geral na saúde, perda de apetite, náusea e vômito, vômito de sangue, fraqueza ou cansaço e perda de peso involuntária, podem ser o sinal.

“Para o diagnóstico da doença, o método mais eficiente é a endoscopia digestiva alta, pois com o procedimento é possível fazer uma avaliação visual da lesão, com realização de biópsias e a avaliação citológica”.

Roberto Barreto comenta que apesar de existir exames que detectam o câncer de estômago, grande parte dos casos só são diagnosticados em estado avançado, quando a possibilidade de cura é menor.

“Esse diagnóstico tardio se dá pela falta de conhecimento da população e falta de políticas públicas incentivando a realização de exames, assim como é feito para câncer de mama e de próstata, por exemplo”.

O terceiro tipo de câncer que atinge o aparelho digestivo é o de esôfago. Esta é uma doença silenciosa que está em 6º lugar das doenças mais frequentes em homens e 15º em mulheres, de acordo com o Inca.

Ocorrendo em 96% dos casos, o tipo mais comum é o carcinoma epidermoide escamoso, localizado na região superior do esôfago, trecho do sistema digestivo que conduz o alimento da boca ao estômago.

A fase inicial da doença não apresenta sintomas. Os possíveis indícios do câncer, já em estado avançado, está dor ao engolir, emagrecimento, tosse, pneumonia por refluxo e rouquidão.

O diagnóstico desse câncer é realizado através de uma endoscopia digestiva, um exame de imagem que investiga o interior do tubo digestivo, realizando biópsias que confirmam a doença.

Diante da apresentação desses três tipos de câncer, Roberto Barreto reforça a importância em se realizar a endoscopia para o diagnóstico precoce. “A endoscopia digestiva deve ser realizada para o rastreamento porque se o paciente só fizer o exame quando estiver com sintomas, a doença já pode estar em um estágio avançado”, alerta o especialista.