Especialistas do IGPA falam sobre sintomas e diagnóstico da colite ulcerativa e fazem recomendações

A colite ulcerativa é uma doença inflamatória que acomete o intestino. Especialista no assunto, o coloproctologista Mardem Machado, do Instituto de Gastro e Proctologia Avançada (IGPA), observa que seus sintomas são semelhantes aos de outras inflamações do aparelho digestivo, incluindo principalmente diarreias.

“Não se conhece a causa da colite ulcerativa, mas fatores genéticos e autoimunes estão envolvidos no seu aparecimento”, pontua o médico, explicando que a inflamação da colite ulcerativa atinge exclusivamente a mucosa que reveste o intestino grosso e provoca lesões contínuas nas áreas em que se manifesta.

A extensão e as características das lesões determinam a gravidade do quadro. “A colite ulcerativa pode ter manifestações como dores articulares, eritema, feridas que vão ficando pretas, com infecção e pus, e exigem tratamento agressivo, e, mais raramente, alterações oculares e hepáticas”, detalha.

Os principais sintomas são sangramento e diarreia com cólicas, sangue, muco e, eventualmente, com pus se houver infecção. As crises de diarreia são persistentes, ocorrem durante o dia e também à noite e de madrugada. Depois das refeições, o reflexo para evacuar é intenso. Por isso, muitos pacientes preferem não comer e acabam emagrecendo.

O diagnóstico é feito por via endoscópica. Quem explica é o gastroenterologista e endoscopista Roberto Barreto, do IGPA e também do Centro de Endoscopia de Cuiabá (CEC).

“O exame consiste na introdução de um tubo flexivel no reto que permite definir a presença ou não da colite. Outro exame importante é a colonoscopia que deixa ver todo o intestino grosso até sua junção com o intestino delgado”.

Exames de sangue são úteis para detectar os seguintes distúrbios associados à colite ulcerativa inespecífica como anemia e deficiência de ferro por causa do sangramento e carência de albumina, proteína que se perde por causa da ferida no intestino e da produção intensa de muco.

Ainda existem outros exames para completar o diagnóstico, como o de hemossedimentação e o marcador sorológico que auxilia nos casos em que o diagnóstico diferencial é necessário.

“A colite ulcerativa pode evoluir para quadros graves, com sangramento volumoso de difícil controle. São casos são mais raros, que exigem internação hospitalar para repor sangue e introduzir medicação endovenosa”, esclarece Dr. Mardem Machado.

Outra complicação é inflamação acompanhada de infecção grave que pode atingir a corrente sanguínea e causar septicemia. A incidência da colite por tempo prolongado aumenta a probabilidade de câncer de intestino.

Dr. Mardem Machado ressalta que há tratamento para coletite, mas alerta que é preciso procurar imediatamente assistência médica, se tiver sangramento intestinal ou crises persistentes de diarreia.

O paciente também deve se abster de alimentos que contenham fibras insolúveis (cascas de frutas, verduras, etc.) para não estimular o intestino e agravar as crises de diarreia; reduzir ao máximo a ingestão de condimentos picantes; evitar leite e derivados podem aumentar a fermentação intestinal; evitar bebidas fermentadas, como vinho, cerveja e champanhe.