Fisioterapia pélvica auxilia na reabilitação de pacientes acometidos pelo câncer de próstata

A fisioterapia pode melhorar muito a reabilitação e a qualidade de vida de quem enfrentou ou enfrenta o câncer de próstata. Os fisioterapeutas pélvicos Bruno César e Juliana Miranda, que integram a equipe multidisciplinar do Instituto de Gastro e Proctologia Avançada (IGPA), dão detalhes sobre o assunto aproveitando a campanha Novembro Azul para trabalhar a prevenção e a conscientização sobre a doença.

“A Fisioterapia no pré-operatório ajuda no preparo da musculatura do assoalho pélvico, colaborando nos resultados das comorbidades do pós-operatório”, observa Bruno César, citando como exemplo a incontinência urinária e a disfunção erétil. Nestes casos são utilizados recursos fisioterapêuticos como a eletroestimulação, Biofeedback, e exercícios funcionais do assoalho pélvico.

Juliana Miranda ressalta que após a cirurgia o homem pode apresentar perdas urinárias em várias situações. “Pode acontecer do escape urinário ocorrer quando a bexiga estiver cheia, quando  estiver fazendo algum esforço, de maneira imperceptível ( constantemente)  e ainda em situações  aleatórias”, detalha a fisioterapeuta pélvica.

Independente da quantidade de xixi que se perde, acrescenta Bruno César, o tratamento fisioterápico deve ser iniciado quanto antes, pois acelera a recuperação dos eventos adversos, como o próprio descontrole sobre a micção.

Sobre o câncer de próstata

O câncer de próstata, tipo mais comum entre os homens, é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas. No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a única forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e sobre o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico).

Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal. Outros exames poderão ser solicitados se houver suspeita de câncer de próstata, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom transretal.

Ainda segundo a SBU, a indicação da melhor forma de tratamento vai depender de vários aspectos, como estado de saúde atual, estadiamento da doença e expectativa de vida. Em casos de tumores de baixa agressividade há a opção da vigilância ativa, na qual periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença intervindo se houver progressão da mesma.