Março Azul-Marinho: Dr. Mardem Machado destaca importância da prevenção ao câncer colorretal

Cada dia mais comum e bastante agressivo quando diagnosticado tardiamente, o câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino, registra mais de 36 mil casos por ano no Brasil.

O coloproctologista Mardem Machado lembra, neste Mês de Combate e Prevenção ao Câncer Colorretal – Março Azul-Marinho, que a prevenção pode levar a uma significativa diminuição na incidência e na mortalidade.

O especialista explica que o câncer de intestino ou colorretal abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus.

É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos.

“Os pólipos são adenomas e, portanto, lesões benignas, que crescem na parede do cólon e, quando associados a modos de vida não saudáveis e predisposição genética podem, com o passar do tempo, transformar-se em câncer”, define.

Coloproctologista Mardem Machado é o responsável técnico pelo IGPA – Foto Priscila Russo

Os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são idade igual ou acima de 50 anos, excesso de peso corporal e alimentação não saudável (ou seja, pobre em frutas, vegetais e outros alimentos que contenham fibras).

O consumo de carnes processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru e salame) e a ingestão excessiva de carne vermelha (acima de 500 gramas de carne cozida por semana) também aumentam o risco para este tipo de câncer.

Fatores de risco

Em suma, os fatores de risco para o câncer colorretal são:

– Fumar;
– Consumir bebidas alcoólicas;
– Ter sobrepeso ou obesidade;
– Consumir alimentos com alta densidade energética (são aqueles que a cada 100g oferecem 225-275Kcal) e carnes vermelhas;
– Consumir carnes (quaisquer tipos, inclusive aves e peixes) preparadas na chapa ou na forma de fritura, grelhado ou churrasco;
– Consumir pouca quantidade de frutas, legumes, verduras e cereais integrais;
– Ser sedentário.

Outros fatores relacionados à maior chance de desenvolvimento da doença são história familiar de câncer de intestino, história pessoal de câncer de intestino, ovário, útero ou mama.

Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC). Pacientes com essas doenças devem ter acompanhamento individualizado.

A exposição ocupacional à radiação ionizante, como aos raios X e gama, pode aumentar o risco para câncer de cólon. Assim, profissionais do ramo da radiologia (industrial e médica) devem estar mais atentos.

Sinais e Sintomas

Os sintomas mais frequentemente associados ao câncer do intestino são:

– Sangue nas fezes;
– Alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados);
– Dor ou desconforto abdominal;
– Fraqueza e anemia;
– Perda de peso sem causa aparente;
– Alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas);
– Massa (tumoração) abdominal.

Esses sinais e sintomas também estão presentes em problemas como hemorroidas, verminose, úlcera gástrica e outros, e devem ser investigados para seu diagnóstico correto e tratamento específico. Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias.

Diagnóstico

O diagnóstico requer biópsia (exame de pequeno pedaço de tecido retirado da lesão suspeita). A retirada da amostra é feita por meio de aparelho introduzido pelo reto (endoscópio).

Tratamento

Dependerá principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. A cirurgia é o tratamento inicial, retirando-se a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos dentro do abdômen. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia associada ou não à quimioterapia para diminuir a possibilidade de recidiva do tumor.

Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas. Após o tratamento é importante realizar o acompanhamento médico para monitoramente de recidivas ou novos tumores.

Porém, é importante reforçar que, apesar de ser um dos mais letais, o câncer do intestino é tratável e frequentemente curável, dependendo do estágio em que é descoberto.

SC Assessoria de Imprensa