Mais de 20 pacientes que aguardavam por exames de colonoscopia na fila do Sistema único de Saúde (SUS), foram beneficiados com atendimentos durante um mutirão realizado na manhã deste sábado (12), promovido pelo Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), em Cuiabá. A iniciativa aconteceu em parceria com o Grupo de Estudo de Doenças Inflamatórias Intestinais do Brasil (GEDIIB).
O médico coloproctologista, Dr. Mardem Machado, coordenador do Núcleo de Doença Inflamatória Intestinal do HUJM, explicou a importância dos atendimentos em prol da população mato-grossense e falou sobre os benefícios do diagnóstico precoce das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII).
“Esta ação visa reunir pacientes não só de Cuiabá, mas do Estado todo. Nosso objetivo é fazer diagnóstico da doença de Crohn e da Retocolite Ulcerativa. As pessoas atendidas apresentam sintomas e ainda não têm o diagnóstico das DII, por isso vamos realizar os exames, fazer o diagnóstico e proceder com o encaminhamento para o devido tratamento especializado. A ação é de suma importância para o paciente, porque, quanto antes ele receber o diagnóstico, mais rápido dará início ao tratamento das doenças inflamatórias intestinais”, detalhou o Dr. Mardem.
Outros dois profissionais do IGPA participaram do mutirão: A gastroenterologista Luciana Rocha e o também coloproctologista Dr. João Márdio.
Uma das pessoas atendidas durante o mutirão foi Luciana Scarpin, de 33 anos, Atendente Comercial, no município de Sinop, região norte do Estado. A paciente explicou que esperava há dois anos pela realização da colonoscopia e que a ação realizada pelo HUJM, pode salvar muitas vidas.
“Tem sete anos que eu apresento os sintomas de DII, e estou esperando na fila do SUS há dois anos. Vim de Sinop para Cuiabá e consegui realizar hoje o exame graças a este mutirão. Esse atendimento é muito importante para a sociedade, porque é um exame que não tem um custo acessível para a população, ele custa aproximadamente um salário mínimo. E para quem trabalha e ganha apenas esse valor, não tem como fazer o exame de forma particular. E muitas vezes, não é só o exame, tem a retirada de pólipos, têm a biópsia em alguns casos e tudo isso agrega outros valores que acabam saindo bem mais caro”, explicou Luciana.
Para o paciente Emerson Rogério da Silva, que teve o diagnóstico da doença de Crohn e já está em tratamento há aproximadamente 20 anos, o mutirão realizado no HUJM, proporcionou celeridade no procedimento cirúrgico, que ele precisará realizar pela terceira vez.
“Hoje vim realizar o exame de colonoscopia para saber se está tudo certinho para a realização da minha terceira cirurgia, que inclusive o Dr. Mardem foi o médico que realizou o meu primeiro procedimento cirúrgico, quando eu tinha 15 anos de idade, sou muito grato a ele por isso. Desde lá, sigo o tratamento da doença de Crohn que é uma doença crônica. Na minha avaliação, o ponto mais difícil da doença são os desconfortos intestinais, tais como: diarreias, dores abdominais e as cólicas”, concluiu Rogério.
Entenda como é feito o exame de colonoscopia
A colonoscopia é um exame endoscópico que captura imagens em tempo real do intestino grosso e da porção final do intestino delgado. O aparelho utilizado chama-se colonoscópio e é um tubo fino e flexível com uma micro câmera no final, que filtra o interior do intestino.
O objetivo do exame é investigar a presença de pólipos e doenças inflamatórias intestinais como, por exemplo, doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa, além de detectar o câncer colorretal. A colonoscopia ajuda a entender a causa de diarreias crônicas e anemia sem causa aparente. O procedimento é feito por um especialista e dura em média, 60 minutos.