Por Dr. João Márdio
A fístula anal é um túnel que se forma entre a glândula anal e a pele próxima ao ânus. Na maioria das vezes ela decorre de um abscesso anal que pode ser formar espontaneamente em decorrência de uma infecção de glândulas anais.
O paciente com abscesso anal pode se queixar de dor intensa e constante na região anal, sentir-se doente e cansado além de febre. Já os sintomas de uma fístula anal podem ser iguais aos de um abscesso anal. Mas a dor não é tão forte e pode acontecer apenas de vez em quando.
Outros sintomas podem incluir: Pele vermelha e com coceira perto do ânus, pus drenando da pele ao redor do ânus. O diagnóstico é clínico e deve ser feito durante a consulta com o proctologista. Em casos mais complexos, pode ser necessário exame de imagem como ressonância magnética.
É importante consultar o coloproctologista para realizar o tratamento. O abscesso anal deverá ser drenado e frequentemente isso precisa ser feito em uma sala de cirurgia. E como é tratada uma fístula anal? Existem muitas maneiras de tratar uma fístula. Os tratamentos convencionais envolvem a abertura do trajeto da fístula. A principal complicação desse tipo de cirurgia é a recorrência do quadro. Entretanto, a complicação mais temida é a incontinência fecal (perda de fezes espontaneamente).
Para evitar essa última complicação, temos técnicas inovadoras (VAAFT e FILAC) que proporcionam uma cirurgia minimamente invasiva evitando lesão do esfíncter anal e com melhor recuperação pós operatória.
A técnica FILAC – Fistula-Tract Laser Closure (Fechamento do trajeto da fístula à laser) usa um laser para tratar a fístula anal. O procedimento envolve a introdução de uma sonda de laser no trajeto da fístula. O laser é então usado para vaporizar ou fechar o tecido ao longo do túnel da fístula, o que ajuda a promover a cicatrização da área. O objetivo é eliminar o trajeto da fístula e permitir que a área cicatrize adequadamente.
A técnica VAAFT – Video-Assisted Anal Fistula Treatment utiliza uma óptica de alta definição para visualização endoscópica detalhada do trajeto da fístula, limpeza e cauterização, além do tratamento do orifício interno (situado no canal anal). É uma abordagem minimamente invasiva projetada para tratar fístulas complexas de forma eficaz, evitando incisões extensas e promovendo uma recuperação mais rápida em comparação com técnicas cirúrgicas tradicionais.
A escolha da técnica de tratamento para uma fístula anal deve ser baseada na avaliação do cirurgião, levando em consideração a natureza da fístula e a situação clínica do paciente.
Ambas as tecnologias estão disponíveis em Cuiabá e nós do IGPA podemos oferecer esse tratamento diferenciado.
Dr. João Márdio é coloproctologista e cirurgião no Instituto de Gastro e Proctologia Avançada (IGPA), em Cuiabá-MT. CRM 8061, RQE 6336 RQE 4978